TANGO interpretação milonguera Primeira pessoa do presente do indicativo QUERO Uma dança de tango que fale de memórias, que conte tempos, que me embriague de emoções, que dramatize o sentimento e o transforme em experiências puras, que transmita estados de espírito superiores, que dite normas elevando a mensagem à forma suprema de expressando isso. QUERO um tango milonguero que parta de uma batida e me leve às verdadeiras figuras onde se encontra a raiz da dança, ao vê-las executadas, sons e danças ao mesmo tempo com quem as desenvolve, procuro qualidade, o que é superior ao bom, ao melhor, ao infinito, para poder dizer como ASHTON “por trás do movimento até do mais perfeito, há um vazio, se não há sentimento”. EU QUERO Esse sentimento e embora seja difícil encontrá-lo, quando o encontro eu o derrubo, como o sal, que dá sabor às verdadeiras formas de dança. QUERO Um tango que esteja no caminho da verdade mesmo que esteja sozinho, continue, não desista, e quando acabarem as forças use o aforismo de Almafuerte que é: “não desista, nem mesmo derrotado”.

QUERO Um tango que toque os sentidos, porque encontrou o caminho que leva à beleza e não se bifurca em outros que possam tentá-lo com falsos enfeites de arte. QUERO Um tango de renovação, de inovação, revolucionário, que modifique tudo o que agiu, que tenha formas inéditas de encanto supremo, que toque os quadros superiores, que atinja o ápice do inigualável, e que tudo o que agiu sirva de base, para elevar o pilar onde a perfeição é sustentada. QUERO Uma dança de tango com virtudes que jogue fora tudo o que é realizado em impurezas, que jogue fora tudo o que é espúrio, que dance em todo o seu esplendor, que caminhe pelas formas perfeitas da beleza e ofereça aos nossos olhos a alegria de contemplá-la. EU QUERO Um tango com as formas clássicas de movimentos que são: dobrar, esticar, levantar, deslizar, pular, arremessar e girar. A que devem ser acrescentados outros para torná-lo mais perfeito, que são: arrastar, bater, mover, gritar, chacoalhar e balançar. Além de fazer o “adágio” nos silêncios e incorporar o “allegro” nos momentos vívidos, para superar a barreira da dança perfeita, para fazer desta dança interligada a manifestação mais completa e estilizada em matéria coreográfica. QUERO Os pés e os braços traduzem a mensagem, o corpo, sua sandunga, esse enxame harmonioso de conjunções reais que leva o tango às alturas da perfeição, onde todos os elementos são obrigados a lançar o resultado da beleza, impulsionados pelas formas de puro classicismo. Carlos Alberto Estevez (Petróleo) (Contribuição de Nuevos Ayres) (Trad. EM

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